Hoje vou colocar um discurso, que acho muito válido
Declaração de Guerra
Hoje vivemos dias conturbados e declaramos guerra a todo e qualquer regime hipócrita e capitalista a toda imposição, a todo subjugo a toda falsa liberdade, um verdadeiro holocausto urbano, pois se não massacramos corpos o fazemos diariamente em escolas programas infantis, em bares, em diversas comunidades, nas rodas de amigos, nas novelas, a todo domingo junto com a família no sofá da sala ou nos entorpecendo com banalidades e coisas afins, somos escravos de nossa própria tecnologia. E a desenvolvemos para no mundo virtual criar soluções e o que conseguimos apenas novos problemas que julgávamos não os ter, enfim, somos a única prova de que não existe vida inteligente na terra, será que somos a evolução de um verme ou um amontoado de lama que acredita ter recebido o sopro divino? Cultuamos tantas coisas absurdas que esquecemos de cultuar e reconhecer nossa própria ignorância, pois ela sim deveria não existir, jamais. Ouvi dizer que somos preparados pra morrer, talvez única certeza que se tem nos dias atuais a sobrevivência é algo que buscamos dia a dia e vemos morrer diariamente aquilo que julgávamos deixar por último, sim, nossa esperança de que dias melhores virão. Vamos à guerra, matar milhares de pessoas, irmãos! O inimigo ainda está de pé, "e a guerra sempre aumenta a tecnologia, seja ela quente, morna ou fria" porém muito mais morrem por causa da intolerância pela falta de conversa, pela falta de acerto, pela ausência de políticas inclusivas, pelo preconceito estrutural que muitos fingem não existir, por mero descuido, e olha que o dispositivo é mecânico e depende da ação humana, porém se a bala se perde e vai de encontro a seu filho, ai sim, vira problema enquanto os que caírem forem apenas do outro lado, você não liga é apenas um ponto a mais no gráfico, na escalada absurda de seus institutos de pesquisa. “Agora estão me levando / Mas já é tarde./Como eu não me importei com ninguém / Ninguém se importa comigo”. O menino pulou o muro em busca de um par de tênnis, é plausível a tv e os outdoors disseram que ele precisa disso para ser "considerado" caso contrário, ele não faz parte do grupo. O celular mais caro, cheio de recurso, brilha na mão do moleque de 12 anos desprotegido na calçada, enquanto isso uma mãe vende balas no sinal, pois a patroa esqueceu onde guardou o colar da H. Stern, 'é claro, preta e pobre só pode ter sido a empregada', vai sistema continue julgando, e esqueça que seu projeto de futuro da high society, 15 anos, empenhou tudo por um monte de pedra, por uma viagem muito louca. Há!há!há!há! Tenta desintoxicá-la na clínica e alto padrão, enquanto os patrícios aqui ocupam centro de reabilitação, tentam ser reeducados, segundo suas cartilhas obsoletas 6, 10, 15 anos criando monstros, vai alimenta o pitbull na corrente, enquanto pode, só não queira que ele role e mostre a patinha quando estiver solto. Nosso problema é cultural, é a cultura de quem pode mais chora menos que tem de mudar, a senzala vai ter que tomar a casa grande, render a sinhazinha e o barão, derrubar as grades do preconceito e desligar o detector de presença, e se fazer presente onde tentarem impedir o seu acesso. Resistir e ocupar. Também para andar de Viton e Touareg na calçada da fama sem ter que tropeçar com um parente sem identificação morto embaixo do jornal. Ria ou se horrorize, pois esse é nosso cenário, um monte de tijolo vermelho empilhado que deseja um dia ser um lar, um monte de pipa no alto do morro dando aviso de eles 'estão chegando', mas ainda dá tempo vamos correr pelos fundos, ou ficar e enfrentá-los de frente. Não anuncio o fim do mundo agora, ele já começou e faz mais de quinhentos anos, terra dos segredados, das putas da Europa, dos saqueadores, foi reduto dos filhos da Coroa na fuga de Napoleão. E com o rabinho entre as pernas o herdeiro disse entre o fogo e frigideira é aqui que eu fico, independência, isso é balela, conversa de ninar boi, nossa autossuficiência é apenas de cinismo, pois o resto é vendido de graça e recompramos depois para atender apenas a interesses de nossos líderes e governantes, hoje os colocamos lá, fazer o quê, se o governante é retrato do povo que ele governa. Querem uma reforma agrária, mas o planalto não quer dividir o pão, nordeste ainda está com sede, índios reclamam pelo espaço que perderam, "homem-branco vem me coloniza, me ensina a rezar tuas crenças, a orar pelos teus deuses, e agora reclama quando ando de Nike no pé, quem provou do doce quer mais é conhecer o melado". Podem me levar a forca, assim como fizeram com Tiradentes, afinal de contas além de levar de nós até as cuecas, querem ainda mamar na teta da ama de leite escrava, vai crendo que teu sangue é puro, em tuas veias corre um pouco de nós, e para reverter o déficit histórico não bastam apenas as cotas precisamos de condições iguais na disputa. Hoje vai ter festa em volta da fogueira, é a nova Inquisição, não caçamos bruxas e hereges e sim políticos corruptos, policiais desonestos, empresários inescrupulosos, enfim, o que tiver de pior em nossa sociedade para alimentar nosso fogo. Dentre os livros a serem queimados estão os best-sellers a Constituição Brasileira, Código Penal e o não menos importante ECA, este último para alguns é o sinônimo da impunidade. Não declaro guerra a nenhum país, etnia, religião e sim a todo ser hipócrita, que tem o poder nas mãos, mas não o utiliza, não toma nenhuma atitude sequer toma ciência dos fatos e razões apenas bate no peito com orgulho e braveja nem sempre em favor da massa iludida, pessoas assim apenas seguram a cordinha do sistema sem ao menos suspeitar que são guiadas para atender a um único objetivo. O pior é que no meio desta massa também nos encontramos indefesos e muitos indiferentes, e alegam “por que lutar quando a vitória parece ser impossível, por que lutar quando somos parte do mesmo mal que lutamos contra?''
13 maio de 2007
Hoje vivemos dias conturbados e declaramos guerra a todo e qualquer regime hipócrita e capitalista a toda imposição, a todo subjugo a toda falsa liberdade, um verdadeiro holocausto urbano, pois se não massacramos corpos o fazemos diariamente em escolas programas infantis, em bares, em diversas comunidades, nas rodas de amigos, nas novelas, a todo domingo junto com a família no sofá da sala ou nos entorpecendo com banalidades e coisas afins, somos escravos de nossa própria tecnologia. E a desenvolvemos para no mundo virtual criar soluções e o que conseguimos apenas novos problemas que julgávamos não os ter, enfim, somos a única prova de que não existe vida inteligente na terra, será que somos a evolução de um verme ou um amontoado de lama que acredita ter recebido o sopro divino? Cultuamos tantas coisas absurdas que esquecemos de cultuar e reconhecer nossa própria ignorância, pois ela sim deveria não existir, jamais. Ouvi dizer que somos preparados pra morrer, talvez única certeza que se tem nos dias atuais a sobrevivência é algo que buscamos dia a dia e vemos morrer diariamente aquilo que julgávamos deixar por último, sim, nossa esperança de que dias melhores virão. Vamos à guerra, matar milhares de pessoas, irmãos! O inimigo ainda está de pé, "e a guerra sempre aumenta a tecnologia, seja ela quente, morna ou fria" porém muito mais morrem por causa da intolerância pela falta de conversa, pela falta de acerto, pela ausência de políticas inclusivas, pelo preconceito estrutural que muitos fingem não existir, por mero descuido, e olha que o dispositivo é mecânico e depende da ação humana, porém se a bala se perde e vai de encontro a seu filho, ai sim, vira problema enquanto os que caírem forem apenas do outro lado, você não liga é apenas um ponto a mais no gráfico, na escalada absurda de seus institutos de pesquisa. “Agora estão me levando / Mas já é tarde./Como eu não me importei com ninguém / Ninguém se importa comigo”. O menino pulou o muro em busca de um par de tênnis, é plausível a tv e os outdoors disseram que ele precisa disso para ser "considerado" caso contrário, ele não faz parte do grupo. O celular mais caro, cheio de recurso, brilha na mão do moleque de 12 anos desprotegido na calçada, enquanto isso uma mãe vende balas no sinal, pois a patroa esqueceu onde guardou o colar da H. Stern, 'é claro, preta e pobre só pode ter sido a empregada', vai sistema continue julgando, e esqueça que seu projeto de futuro da high society, 15 anos, empenhou tudo por um monte de pedra, por uma viagem muito louca. Há!há!há!há! Tenta desintoxicá-la na clínica e alto padrão, enquanto os patrícios aqui ocupam centro de reabilitação, tentam ser reeducados, segundo suas cartilhas obsoletas 6, 10, 15 anos criando monstros, vai alimenta o pitbull na corrente, enquanto pode, só não queira que ele role e mostre a patinha quando estiver solto. Nosso problema é cultural, é a cultura de quem pode mais chora menos que tem de mudar, a senzala vai ter que tomar a casa grande, render a sinhazinha e o barão, derrubar as grades do preconceito e desligar o detector de presença, e se fazer presente onde tentarem impedir o seu acesso. Resistir e ocupar. Também para andar de Viton e Touareg na calçada da fama sem ter que tropeçar com um parente sem identificação morto embaixo do jornal. Ria ou se horrorize, pois esse é nosso cenário, um monte de tijolo vermelho empilhado que deseja um dia ser um lar, um monte de pipa no alto do morro dando aviso de eles 'estão chegando', mas ainda dá tempo vamos correr pelos fundos, ou ficar e enfrentá-los de frente. Não anuncio o fim do mundo agora, ele já começou e faz mais de quinhentos anos, terra dos segredados, das putas da Europa, dos saqueadores, foi reduto dos filhos da Coroa na fuga de Napoleão. E com o rabinho entre as pernas o herdeiro disse entre o fogo e frigideira é aqui que eu fico, independência, isso é balela, conversa de ninar boi, nossa autossuficiência é apenas de cinismo, pois o resto é vendido de graça e recompramos depois para atender apenas a interesses de nossos líderes e governantes, hoje os colocamos lá, fazer o quê, se o governante é retrato do povo que ele governa. Querem uma reforma agrária, mas o planalto não quer dividir o pão, nordeste ainda está com sede, índios reclamam pelo espaço que perderam, "homem-branco vem me coloniza, me ensina a rezar tuas crenças, a orar pelos teus deuses, e agora reclama quando ando de Nike no pé, quem provou do doce quer mais é conhecer o melado". Podem me levar a forca, assim como fizeram com Tiradentes, afinal de contas além de levar de nós até as cuecas, querem ainda mamar na teta da ama de leite escrava, vai crendo que teu sangue é puro, em tuas veias corre um pouco de nós, e para reverter o déficit histórico não bastam apenas as cotas precisamos de condições iguais na disputa. Hoje vai ter festa em volta da fogueira, é a nova Inquisição, não caçamos bruxas e hereges e sim políticos corruptos, policiais desonestos, empresários inescrupulosos, enfim, o que tiver de pior em nossa sociedade para alimentar nosso fogo. Dentre os livros a serem queimados estão os best-sellers a Constituição Brasileira, Código Penal e o não menos importante ECA, este último para alguns é o sinônimo da impunidade. Não declaro guerra a nenhum país, etnia, religião e sim a todo ser hipócrita, que tem o poder nas mãos, mas não o utiliza, não toma nenhuma atitude sequer toma ciência dos fatos e razões apenas bate no peito com orgulho e braveja nem sempre em favor da massa iludida, pessoas assim apenas seguram a cordinha do sistema sem ao menos suspeitar que são guiadas para atender a um único objetivo. O pior é que no meio desta massa também nos encontramos indefesos e muitos indiferentes, e alegam “por que lutar quando a vitória parece ser impossível, por que lutar quando somos parte do mesmo mal que lutamos contra?''
13 maio de 2007
Adorei seu texto...você deve ter escrito num dos muitos momentos de revolta diante da realidade que nos rodeia.Mas sossega irmão que você ainda não viu nada.Pela foto vejo que é novo ainda.Agora imagine eu, 54 anos, 4 faculdades nas costas e nem casa própria eu tenho ainda ( e nem carro) E tudo porque sempre só quis viver do meu trabalho honesto.Mas sabe amigo:eu não ligo não.Quando olho em volta, ainda me sinto privilegiada porque não falta nada aqui em casa,graças a Deus (e não ao mundo)Vou seguindo sendo eu mesma, acreditan-do nos meus ideais,em paz comigo mesma.Sou feliz.Bunca fui consumista.Detesto Shopping!Também ando desacorçoada com nossos dirigentes poderosos e malditos.
ResponderExcluirEm tempo:seu português é maravilhoso;invejável mesmo.Parabéns!Belos sonetos!
Maninho, acho que existem várias formas de lutar pelos seus ideais. Mas em primeiro lugar acho que as pessoas tem que ter e VIVER seus ideiais. Nesse texto da para sentir que você é o que você escreve, que vc não tem ideiais vc É SEUS IDEAIS e isso que da alma no texto. Quando eu li parecia que eu não está lendo e sim que eu esta "ouvindo" isso dentro da minha cabeça. Parabéns mesmo, sabe que você é um cara que eu tenho muita admiração! Abração!!
ResponderExcluireita que a inspiração veio cortante,como que cuspindo indignação e revolta mesmo...lindo texto e uma verdade gritante, chocante e quase impotente. Mas vale a pena continuar na sua luta e incentivar como sempre fazes. Parabens! Valeu mesmo ler algo tão bem feito.
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