vou seguindo como Drummond
sem medo de tropeçar na pedra
vencendo do mundo a Quimera
com Augusto alinhavando ao compasso
tudo o que faço,
com a necessidade de ser fera, a idéia
tenho Vitor Hugo como platéia
miserável é sim, o insulto
que o cérebro inculto,
nos leva nesta Dantesca Odisséía
que nada tem de divina e muito de comédia.
quem sabe onde a rima se esconde
vai beber direto na fonte
e não se perde na métrica
essa sim seria a maior tragédia
minha musa não mora em Pasárgada
muito menos descansa em mornas águas
e se nossas palmeiras
não se assemelham com as de lá
convoco Castro Alves e Gonçalves
a cantarem a beleza deste lugar
que fique aos puristas o trabalho
de buscar no vernáculo
destes paupérrimos vocábulos,
que de horror se mostram em espetáculo,
o sentido, que, em si, não é nulo.
De Lusiadas a Bilac num só pulo
como disse Caeiro em Pessoa
mais vale o que não se pensa,
pois quem diz que pensa o faz à toa
e busco conquistar a recompensa
transpondo da ignorância o muro
a cada sentença, com inovação,
inspiração nos clássicos sempre procuro.
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