Não cultivo a língua em pormenores
Não cultivo a língua em pormenores
nas vírgulas e acentos graves
mas não são dela donos, os senhores
que aos meus versos põem entraves.
a vagar estão qual rapinas aves
em busca de carnicentos odores
e qual Pilatos que nas águas lavem
a boca dos comentários zombadores.
se prevalecer a força, morre o diálogo
e sendo o verso metafórico e análogo
se postará de forma sempre enfática,
mas jamais, em nenhum momento,
haverá de se sobrepor ao sentimento
ou ao meu lirismo a matemática.
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